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Arquitetos: IDOM
- Área: 8550 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Aitor Ortiz
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Fabricantes: BANDALUX
A edificação se localiza na Rua María Díaz de Haro, próximo à avenida principal da cidade de Bilbao, a Gran Via. O terreno mede 20 metros entre as empenas dos edifícios adjacentes por 70 metros de profundidade, e faz parte de um dos blocos do Ensanche (alargamento da cidade) de Bilbao.
Abaixo do solo o edifício ocupa todo o lote. Acima do solo ele tem 25 metros de profundidade, seguindo os critérios estabelecidos na legislação de planejamento.
O programa é organizado por pavimento, dependendo do grau de controle de acesso dos diferentes usos da edificação.
O térreo, primeiro pavimento e parte do primeiro subsolo são espaços públicos de livre acesso: saguão principal, área de recepção, e diversas salas de exposição que também podem ser utilizadas como um espaço multifuncional. Através do saguão no térreo pode-se acessar o jardim, um espaço designado para acomodar diferentes usos, como exibições ao ar livre, área de leitura ou área para projeções de filmes.
No segundo pavimento está a sala de leitura e a área de consulta de documentos, acessada pelo público após credenciamento na recepção.
Nos outros níveis acima do solo estão as áreas de administração, laboratórios e áreas de processamento de documentação. Estas são áreas restritas ao público. Abaixo do solo, e também para uso privado, estão os cofres de documentos, salas de reunião e estacionamento. Estes espaços são acessados diretamente do nível da rua através de um elevador para carros.
A fachada principal foi concebida como uma vibrante frente de vidro que aumenta a percepção do edifício, rompendo com planicidade da rua e dando ênfase a sua localização. O projeto procura grande transparência, permitindo que o funcionamento do edifício e a estrutura possam ser entendidos do exterior. A pele de vidro exterior é estampada com trechos de textos de alguns dos documentos preservados dentro do arquivo, de tal forma que o edifício não é visto como lugar fechado, privado e fechado a partir do cidadão.
A fachada interior foi projetada com uma linguagem que tenta estabelecer um diálogo formal com o resto dos edifícios do bloco, mantendo o caráter contemporâneo do edifício. Esta fachada e jardim procura projetar uma imagem amigável para os usuários do pátio, dignificando uma tipologia normalmente negligenciada nos edifícios da Ensanche.
No interior do edifício, optamos por utilizar um pé direito duplo, com pontos de passagem visíveis que irão enriquecer a relação entre os diferentes usos existentes no edifício. As áreas de trabalho planejadas são claras, livre de colunas e flexíveis, a fim de facilitar a adaptação às possíveis alterações funcionais.
Como a maior parte do programa foi desenvolvido no subsolo, o uso da luz natural e ventilação foi maximizada, de tal forma que os saguões para acessar os cofres de documentos ou garagem, que fica a 20 metros abaixo do nível do solo, contam com luz e ventilação natural. O núcleo de comunicações verticais e o núcleo dos sanitários do edifício, acima do nível do solo, também contam com luz natural. Como resultado, a maioria dos espaços e áreas de circulação são claras e agradáveis.
As paredes do subsolo, que ocupam todo o lote, foram executadas usando a técnica de hydrofraise, permitindo-lhes ser finalizadas antes da escavação se iniciar no terreno rochoso. Esta decisão significa que os tempos de execução das obras do subsolo foram encurtados e os efeitos da vibração sobre os edifícios adjacentes (alguns com quase 100 anos) foram significativamente reduzidos.
Os três primeiros pisos subterrâneos abrigam o arquivo de documentos, com capacidade para 20 quilômetros lineares de prateleiras; equipado com um sistema de condicionamento de ar para controlar a temperatura e umidade, bem como um sistema de protecção contra incêndios.
Foi pojetado um sistema de condicionamento de ar altamente eficiente que incorpora a recuperação da entalpia e um sistema de refrigeração livre, aproveitando ao máximo as condições internas e externas para reduzir o consumo de energia. Além disso, no pátio foi criado um jardim com vegetação que ajudará a resfriar o ar nos meses mais quentes do ano, permitindo que o sistema funcione de forma mais eficiente.
A energia utilizada para a iluminação é limitada pelo uso de equipamento de alto desempenho e tira vantagem de luz difusa para iluminar todas as áreas no subsolo e garagem. Apesar da profundidade de 20 metros, o uso de cores claras e poços de luz tornas estes espaços bastante claros durante os períodos diurnos, abrindo mão de iluminação artificial.
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